Quem já não passou pela experiência, quando criança, de pedir um presente pro Papai Noel e acabar ganhando uma versão mais simples, às vezes até um tanto “porcaria”, do pedido?
Pois é… Nesse ano eu tinha pedido um presidente de presente. Queria um modelo mais novo um pouco, sem muitos defeitos de fabricação, e pelo menos um pouco de capacidade de processamento. Eu tenho noção das possibilidades, e por isso não pedi nada muito absurdo – não pedi um modelo Reagan ou Thatcher – apenas queria um presidente decente, um Made in Brazil pelo menos.
A mancada foi o Papai Noel ter trazido o modelo mais vagabundo que tinha, Made in Cuba, usado, cheio de marcas de corrupção, e do tipo marionete de cordinha. Ele tentou me deixar menos decepcionado trazendo um monte de outros presentes juntos, incluindo uma urna eletrônica, uma grande estrela vermelha e um lego de uma refinaria de petróleo; mas a urna só computa voto pra uma pessoa, a estrela não combina com nada aqui em casa, e a refinaria veio faltando um monte de peças.
Tentei fazer uma doação dos presentes, mas ninguém quis. Tentei jogar no lixo, mas o lixeiro disse que não leva. Pensei em jogar no Tietê, junto com aqueles sofás velhos que de vez em quando aparecem flutuando, mas achei muita sacanagem com o rio, já tão castigado. Não teve jeito: vou ter que ficar com esse lixo todo por mais um bom tempo. E você, infelizmente, também.
Feliz Natal
[…] Papai Noel, me dá um presIDente? […]
É, mas vamos fazer uma força para que seja por pouco tempo. Quem sabe não tem Papai Noel temporão?
O problema é que não dá pra pedir um novo próximo ano pro Papai Noel. Vamos ter que aguentar.